Thursday, May 11, 2006

PUNHAL

Este amor que ainda excita-me
é um punhal fincado no peito.

Com destreza violenta afasto-me,
mas uma perversa voz grita:
não tem jeito.

Ardilmente arquiteto uma fuga,
para assim, deste sentimento zombar;
inútil é minha investida,
pois é a mim que quero enganar.

O ardor do desejo frustrado,
ainda queima latente no peito.
Porque continuar amarrado,
quando por mim ele nutre despeito?

A história das nossas vidas cruzadas
remói e destrói tudo que creio.
Porque da tua vida não faço parte,
e ao teu amor não me dás direito.

Destarte, a lima do sofrimento,
faz-me partir sem direção,
pois o punhal aqui fincado
avança em vereda ao coração.

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