Este amor que ainda excita-me
é um punhal fincado no peito.
Com destreza violenta afasto-me,
mas uma perversa voz grita:
não tem jeito.
Ardilmente arquiteto uma fuga,
para assim, deste sentimento zombar;
inútil é minha investida,
pois é a mim que quero enganar.
O ardor do desejo frustrado,
ainda queima latente no peito.
Porque continuar amarrado,
quando por mim ele nutre despeito?
A história das nossas vidas cruzadas
remói e destrói tudo que creio.
Porque da tua vida não faço parte,
e ao teu amor não me dás direito.
Destarte, a lima do sofrimento,
faz-me partir sem direção,
pois o punhal aqui fincado
avança em vereda ao coração.
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