Monday, May 28, 2007

O MEU AMOR TEM UNS OLHOS...

O meu amor tem uns olhos, olhos que por tudo choram, e que, a todos , fazem chorar.
São olhos tristes, opacos; olhos que refletem saudades, reluzem esperança. O que mais buscam em seu cismar?

Oh, meu amor! Os seus olhos... São os seus olhos que me fazem chorar.
Buscam, no meu peito, calor; nas mãos, uma flor; e na vida, amar.

Travas cerradas da alma, antigo mistério do meu coração.
São dois olhos, dois sóis, são dois mundos e uma só perdição.

Dê-me um beijo, a vida; leve-me conduzido por uma violenta emoção.
O meu amor tem uns olhos, olhos turvos, olhos d’água, olhos mar, olhos da cor do mar, do mar do Maranhão.

Wednesday, May 23, 2007

EXTREMADO AMANTE

Quando as luzes se apagam,
Lanço o olhar a uma estrela,
Beijo as mãos que me afagam,
É amor, como esquecê-la?

Viver sem, do amor, a presença,
Não quero nem me permito,
Dum momento se faz infinito,
Se estou sob a tua ausência.

Toma-me, por fim, em teus abraços,
Une dois corações num só laço,
Me cuida, me ama, me torna ovante.

Sou eu quem te exalta em altos amores,
Quem te oferta poemas e flores,
Sou eu, teu amante, o teu extremado amante.

Wednesday, May 16, 2007

LÚBRICO ENAMORADO

Aos olhos, me fiz sátiro da carne,
Depauperado ao último pulsar;
E dos cosmos gelados às cidades,
Me pus, por fás, a mais querer te amar.

Com força, vens e me crava os dentes.
Beijo tens que me faz gemer, tremer...
Tocar-te os seios furtivamente,
É gelar nos perdidos pólos, mas arder.

O todo defeito se fez amado,
De um ser perfeito, idolatrado,
Num beijo, num suspiro de desejo.

És luz que me invade e me devora,
Clarão que me aplaca a cólera;
Raio me cega e melhor te vejo.

Thursday, May 10, 2007

PERCO COM PRAZER


Eu sou santo, sou sacro;
Sou crime ante o diabo.
No meu coração a tua lembrança.
Não guardo rancor, só esperança.

Pago qualquer preço,
Para teu apreço,
Pela última vez, desfrutar.
Quem morre por amar?

O ar já me foge
e a sorte anda perdida.
mas de amor não se morre,
Perde-se a vida.