Thursday, December 13, 2007

EU TENHO A MIM, E, DE COMPANHIA, A SOLIDÃO.

Do alto da mais cruz agonia,
Devora-me um quê de tristeza.
Todo amor fez-se avareza:
Restam-me sobras e nostalgia.

Ermo do mais descampado destino,
Vou-me enamorado proscrito,
Amaldiçoado com dor e sem grito,
Silêncio dum fracassado ladino.

Embora tendo conhecido o amor,
Unido ao teu embriagante frescor,
Tornei-me cativo da solidão.

Inclinação da alma para o horror,
É meu o inaudito grito de dor.
Sinto-me trevas, pura aversão.

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