Friday, March 02, 2007

CONFESSO

Em um ato público,
Numa demonstração direta,
Meus olhos confessam, explicitamente,
Caírem, ainda, de amores por ti.

Ao ocultar-me o que eu sinto,
Fico cativo do inconfessável.
Se os sentimentos, por ti, eu minto,
É porque a ti mente um ser lastimável.

No mais recôndito da alma,
Aflora vivo o que se apresentava morto,
Traio-me sem amargura ou desgosto,
Pois doce é o vacilo de quem não é amado, mas ama.

Grito e arranco de mim este mistério;
Por te amar, ando a descrer do medo,
Pois do medo, o amor é o remédio.
Por isso exponho, ao mundo, o meu segredo.

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